Qual a diferença entre o polietileno de alta e baixa densidade?
Um deles você vê praticamente todos os dias. O outro você ainda não vê, mas é o precursor na revolução dos termoplásticos: você sabe a diferença entre polietileno de alta e baixa densidade?
Olhando pelo nome, essa diferença ser mínima, mas a densidade de um polímero é responsável por grande parte das suas características físicas.
No caso do polietileno de alta densidade (ou PEAD), são justamente essas características trazidas pela sua densidade que o torna aplicável em tantos lugares diferentes: do abastecimento público até o transporte de minérios.
Mas já estamos nos adiantando. Hoje vamos falar sobre as diferenças do polietileno de alta densidade e o de baixa – suas características físicas e aplicações.
O que é o polietileno de baixa densidade?
Polietileno de baixa densidade são todos os termoplásticos que apresentam densidades entre 0,910 e 0,949 g/cm3.
Como todos os produtos plásticos, ele é derivado do petróleo, e foi sintetizado pela primeira vez em 1933 pela Imperial Chemical Industries, no Reino Unido.
Olha que curiosidade: o polietileno de baixa densidade foi a primeira categoria de polietileno a ser sintetizada. Entre todos os outros tipos, ele também é o mais simples estruturalmente, e também o mais barato.
Os usos do polietileno de baixa densidade vêm sendo reduzidos por conta de novos termoplásticos, mais eficientes e com preço similar. Mas ele ainda é bastante empregado em produtos como:
- Sacolas de supermercado;
- Componentes de computador;
- Garrafas PET;
- Papel filme;
- Mangueiras;
- Caixinhas de leite e suco;
- Garrafas térmicas;
- Equipamentos de laboratório;
Os usos do PEBD são inúmeros, mas toda vez que você vir uma sacolinha de mercado ou qualquer outro estabelecimento, há uma grande chance de ser o polietileno de baixa densidade.
Dentre esses outros produtos, outro que é bastante dependente do PEBD são as caixinhas de leite. Elas são feitas a partir de papel cartonado e uma leve película do polietileno de baixa densidade, que traz mais resistência à embalagem.
O que é o polietileno de alta densidade?
São classificados como polietileno de alta densidade todos os polímeros com densidade entre 0,940 g/cm3 e 0,970 g/cm3.
Ele também vem do petróleo, e foi sintetizado pela primeira vez nos primeiros anos da década de 1950, pela Phillips Petroleum Co.
Inicialmente, o PEAD foi usado em mamadeiras para bebês, que eram feitas tradicionalmente de vidro. Vendo o sucesso da sua aplicação, ele logo foi adaptado para outros usos corriqueiros, como copos e garrafas.
Seu sucesso vem principalmente da sua resistência física. O PEAD não quebra como o vidro, mas ainda é mais resistente que outros tipos de polímero.
Ao longo do século 20 ele começou a ser incorporado na engenharia civil e mecânica, por conta de uma outra característica: sua resistência química.
Ele não dissolve ou enfraquece na presença de substâncias ácidas, o que faz dele um material extremamente versátil para tubulações.
Seus principais usos na construção civil e engenharia mecânica incluem:
- Tanques;
- Encanamento de pequeno, médio e grande diâmetro para transporte de água;
- Encanamento para transportar óleo e gás;
- Tubulações para transporte de minério;
- Tubos corrugados para proteger fiação;
- Tubulação para drenagem agrícola;
- Transporte de materiais químicos em indústrias;
- Redes de ar comprimido;
Dentre vários outros usos. Sua resistência à corrosão e abrasão também garantem ao PEAD uma longa vida útil. Mais sobre isso logo abaixo:
Qual a diferença entre polietileno de alta e baixa densidade?
A maior diferença está na densidade: o PEBD tem entre 0,910 e 0,949 g/cm3, enquanto o PEAD tem entre 0,940 g/cm3 e 0,970 g/cm3.
Essa diferença na densidade, embora pareça pequena, tem impactos bem grandes no produto final.
O PEAD, por ser mais denso, é aplicado na construção civil e engenharia mecânica, e além disso seus produtos do dia a dia – embalagens, garrafas e copos – são mais resistentes e seguros que o próprio vidro.
Qualquer produto feito de PEBD tem baixa resistência mecânica, mas também é um material mais barato.
O PEAD, por outro lado, tem uma resistência mecânica maior, e seu processo de fabricação é mais eficiente e sustentável do que o PEBD, exigindo menos energia.
A característica descartável do PEBD também contribui para gerar bastante lixo, enquanto o PEAD dura mais, e por isso melhor para o meio ambiente.
O polietileno de alta densidade é o termoplástico do futuro. Com sustentabilidade e resistência, ele é capaz de substituir vários outros materiais, barateando obras Brasil afora.
Para continuar na leitura, te recomendo conhecer mais sobre as aplicações práticas do PEAD. Temos um texto onde mostramos como estamos usando o PEAD na obra da Marlim Azul, a primeira termelétrica do pré-sal.
Obrigado pela leitura e nos vemos lá!
Deixe um comentário